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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Como a oração ajuda na tomada de decisões cruciais

Achmad_Khoeron

Mónica Muñoz - Paulo Teixeira - publicado em 07/11/25

Quando não sabemos o que fazer ao tomar decisões cruciais, é importante olhar para o céu e, em oração, pedir a Deus que nos ilumine para que não cometamos erros.

É fácil cometer um erro quando estamos de mau humor, então não devemos tomar decisões cruciais quando estamos de mau humor. Nesse caso, uma breve oração pode nos salvar.

A voz de Deus

O tema da oração está intimamente ligado ao crescimento espiritual de todos os cristãos. Encontramos uma explicação para sua origem no Catecismo da Igreja Católica: De onde vem a oração do homem? Seja qual for a linguagem da oração (gestos e palavras), quem ora é o homem inteiro. No entanto, para designar o lugar de onde brota a oração, as Sagradas Escrituras falam às vezes da alma ou do espírito, e mais frequentemente do coração (mais de mil vezes). É o coração daquele que ora. Se essa pessoa estiver longe de Deus, a expressão da oração será em vão." (CIC 2562).

Essa estreita relação com a Santíssima Trindade brota do coração, por isso, tudo o que pedirmos ao Pai, pela mediação do Filho e inspirados pelo Espírito Santo, receberá resposta segura.

Mas para que isso aconteça, também é essencial que aprendamos a ouvir a voz de Deus, e a oração nos ajudará a entender Sua vontade.

A luz da oração

A oração, então, é a maneira como falamos com Deus, e Ele nos responderá. Às vezes, Ele o fará por meio de um acontecimento desagradável, outras vezes por meio de outra pessoa, ou talvez Ele escolha nos enviar um sinal que só nós entendemos, ou talvez — por que não? — atendendo aos nossos pedidos.

Portanto, quando estivermos prestes a decidir algo que mudará radicalmente nossas vidas, a oração será a melhor maneira de escolher. Porque estaremos pedindo ao nosso Senhor que nos guie a um porto seguro, e quem mais poderia saber o que é melhor para nós senão Deus?

Da mesma forma, reservemos um momento para conversar com Ele e expressar nossas dúvidas. Tenhamos certeza de que a inspiração virá; basta nos deixarmos iluminar pelo Espírito Santo e orar incansavelmente:

"Ora continuamente aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Só assim podemos cumprir o mandamento: 'Orai sem cessar' (CIC 2745)".

A melhor decisão da vida

Diante das adversidades da vida, nada é mais reconfortante do que poder falar com Deus, porque a oração fortalece o espírito. Nossas vidas logo refletirão este excelente hábito:

"Você reza como vive, porque você vive como reza" (CIC 2725).

E quando conseguirmos viver em oração constante, veremos a sua eficácia todos os dias. Não haverá nada que Deus não nos conceda:

"Nada é tão valioso quanto a oração: ela torna possível o impossível, fácil o difícil" (CIC 2744).

Então, exercitemos nossa alma e vontade de orar:

“Por que rezar? É preciso lutar com humildade, confiança e perseverança, se quisermos superar esses obstáculos” (CIC 2728) .

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/11/07/como-a-oracao-ajuda-na-tomada-de-decisoes-cruciais/

Leão XIV indica o caminho para prevenção das novas dependências

Leão XIV indica o caminho para prvenção das novas dependências (Vatican News)

Em uma mensagem em vídeo enviada à Conferência Nacional sobre dependências, organizada em Roma pelo governo italiano, Leão XIV enfatiza a tendência dos jovens a se isolarem diante das incertezas do futuro e de "um mundo privado de esperança". O convite às instituições a promoverem uma cultura de solidariedade e a escutarem, especialmente os mais vulneráveis.

https://youtu.be/rT27_BDwev0

Benedetta Capelli – Cidade do Vaticano

O Papa Leão XIV ecoa as preocupações dos jovens que frequentemente se tornam vítimas da dependência, não somente do álcool ou das drogas, mas também da internet. Ao mesmo tempo, se faz voz do desconforto dos jovens que vivem em "um tempo de provações e questionamentos", incapazes de distinguir o bem do mal diante de mil estímulos e, portanto, incapazes de estabelecer limites morais.

Leão XIV indica o caminho para prvenção das novas dependências (Vatican News)

O Pontífice oferece uma dupla visão em sua mensagem em vídeo para a 7ª Conferência Nacional sobre Dependências, promovida em Roma pela Presidência do Conselho de Ministros, que teve início nesta sexta-feira, 7 de novembro. Um encontro de dois dias de escuta e debates, que conta também com a presença do presidente da República italiana, Sergio Mattarella, entre entidades públicas e privadas comprometidas com a prevenção, o tratamento e a recuperação.

A dependência se torna uma obsessão

É longa a lista elencada pelo Papa das novas dependências resultantes do crescente uso da internet, computadores e celulares, que não trazem apenas benefícios óbvios:

O uso excessivo que muitas vezes leva a dependências com consequências negativas para a saúde, que tem a ver com o jogo compulsivo e as apostas, com a pornografia, a presença quase constante no mundo digital. E o objeto de dependência torna-se uma obsessão, condicionando o comportamento e a vida diária.

Um mundo privado de esperança

Fenômenos, afirma Leão XIV, que "são sintoma de um desconforto mental ou interior do indivíduo e de uma decadência social de valores e de referências positivas, em particular nos adolescentes e nos jovens", em uma época em que as pessoas tentam encontrar um sentido para a própria vida. Esse processo se desenrola em um mundo hiperconectado, onde as pessoas pensam que podem fazer tudo sem limites morais, onde as fronteiras entre o bem e o mal são cada vez mais tênues.

O aumento do mercado e do consumo de drogas, o recurso ao ganho fácil em máquinas caça-níqueis e o vício na internet, que inclui também conteúdos nocivos, demonstram que vivemos em um mundo privado de esperança, onde faltam propostas humanas e espirituais vigorosas.

Artífices livres da própria existência

É igualmente verdade — enfatiza o Papa — que os pais, as escolas, as paróquias e centros juvenis fazem importantes esforços para tornar as gerações mais jovens mais responsáveis, apesar do medo do futuro que alimenta sua fragilidade e as leva a se voltarem para si mesmas:

Os adolescentes e os jovens têm necessidade de formar a consciência, desenvolver a vida interior e estabelecer relações positivas com seus pares e um diálogo construtivo com os adultos, para se tornarem artífices livres e responsáveis ​​de sua própria existência.

A sede de viver

O convite do Papa Leão XIV é o de agir "de forma concertada, em um esforço de prevenção que se traduza em uma intervenção da comunidade no seu conjunto". O seu, é um apelo ao Estado, às associações de voluntariado, à Igreja e à sociedade para que respondam ao grito dos jovens por ajuda, bem como à sua "profunda sede de viver", oferecendo assim uma presença atenta que os ajude a "forjar a sua vontade". É, portanto, necessário, afirma o Pontífice, "incrementar a autoestima das novas gerações para combater a sensação de insegurança e instabilidade emocional fomentada tanto pelas pressões sociais como pela própria natureza da adolescência".

As oportunidades de emprego, educação, desporto, um estilo de vida saudável, a dimensão espiritual da existência: este é o caminho para a prevenção das dependências.

Uma cultura da escuta

O Papa pede aos presentes "propostas práticas" para promover "uma cultura de solidariedade e subsidiariedade", estendendo a mão aos outros, "escutando, num percurso de encontro e relacionamento com os outros, especialmente quando estes são mais vulneráveis ​​e frágeis".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

TEOLOGIA: O encontro de dois dons distintos (Parte 1/3)

Cristo e a Adúltera, Rembrandt, Print Room, Munique | 30Giorni

TEOLOGIA

Arquivo 30Dias nº 11 - 2001

O encontro de dois dons distintos

"Assim como você, acredito que Deus criou apenas para a elevação do deificado; mas isso não elimina a heterogeneidade radical entre o primeiro dom da vida racional e o segundo dom (e antecedente na ordem de finalidade) da vida sobrenatural." Assim escreveu Blondel em uma carta a De Lubac. Este ensaio examina a trajetória do filósofo francês, em particular as críticas que ele dirigiu a Teilhard de Chardin.

Por Massimo Borghesi

1.Dois Blondels?

"Não posso compartilhar sua simpatia pelo pensamento de Blondel e pelo de Teilhard de Chardin",¹ escreveu Étienne Gilson a Henri de Lubac em 21 de junho de 1965. O historiador do pensamento medieval ficou surpreso com a admiração do jesuíta por autores que, em sua opinião, confundiam casualmente filosofia e teologia, natureza e sobrenatural. Dessa perspectiva, Gilson não fazia distinção entre Blondel e Teilhard de Chardin, quase como se quisesse sublinhar uma continuidade ideal entre os dois, uma dependência, provavelmente, deste último em relação ao primeiro. Blondel, assim como Teilhard, portanto. Em sua carta a de Lubac, o julgamento é claro: "Blondel era um filósofo que improvisou como teólogo."²

Em outro lugar, ele dirá que o pensador de Aix "sucumbiu à tentação de filosofar."³ O mal-entendido subjacente ao seu pensamento, e a L'Action em particular, é que "Blondel fala de filosofia, enquanto o problema que ele pretende resolver filosoficamente diz respeito ao sobrenatural, um campo que, por definição, pertence à teologia. Blondel queria usar meios filosóficos para argumentar que o homem aspira a um fim sobrenatural: ele, portanto, queria chegar a uma conclusão teológica por meio da filosofia."⁴ O resultado, segundo Gilson, é uma clara confusão entre razão e fé, um intrinsecismo incapaz de valorizar a grande lição tomista sobre a distinção entre planos. "Quando eu era jovem", confessou ele a de Lubac, "isso me levou a acreditar que a Escolástica era uma empreitada de 'monomorfismo extrínseco'."⁵

O julgamento, portanto, é definitivo. Pode-se observar como Gilson aqui demonstra impressões e conhecimentos adquiridos com a leitura do antigo Blondel, autor de L'Action , da Lettre sur les exigences de la pensée contemporaine en matière d'apologétique , de Histoire et dogme.

Completamente ignorado, ou pelo menos negligenciado, é o trabalho posterior de Blondel. “Mais tarde”, escreve ele, “Blondel retomou todo o exame do problema: mas ele já havia atingido o limiar da velhice, e não é fácil recomeçar a filosofia nessa idade.”6 Os volumes da década de 1930 — La Pensée, L'Être et les êtres , a nova edição de L'Action , os estudos sobre filosofia e o espírito cristão — não modificam, para Gilson, a imagem geral e não resolvem a “ambiguidade fundamental que domina o pensamento de Blondel.”7 Um pensamento complexo que explica como, em meados da década de 1960, «jovens cristãos em busca de uma filosofia se voltavam mais prontamente para Teilhard de Chardin do que para Blondel e sua dialética complexa e difícil, na qual a escolha dos termos e a construção do discurso refletiam as incertezas do pensamento»8.

Blondel então passou o bastão para Teilhard de Chardin em uma continuidade ideal de inspiração. O "preconceito" de Gilson certamente não era isolado. Outros pensadores da escola tomista fariam críticas semelhantes a Blondel. Lembramos, entre todos, Cornélio Fabro, para quem "Blondel se recusa a aplicar o princípio leibniziano às relações entre as ordens natural e sobrenatural, mas toda a concepção leibniziana da estrutura do finito [adotada por Blondel] é parte integrante da continuidade da passagem entre as duas ordens"9. O blondelismo, favorecendo um obscurecimento das distinções entre finito e infinito e entre pensamento humano e divino, bloqueou a adesão ao tomismo e tornou-se a fonte essencial da Théologie nouvelle , fortemente criticada por Fabro.10

Para Fabro, assim como para Gilson, portanto, ajustes e modificações não alteram a estrutura geral do pensamento blondeliano, sua ambiguidade fundamental. Ao contrário deles, os expoentes da Théologie nouvelle , criticada por Fabro, mas não por Gilson, que apreciava profundamente de Lubac, destacaram uma genuína fratura no pensamento de Blondel, resultado de uma virada que, do seu ponto de vista, se apresentava como uma espécie de involução. O teórico mais consistente nesse aspecto foi Henri Bouillard, para quem não havia uma, mas “duas” filosofias na trajetória de Blondel, a ponto de, no fim, Blondel já não compreender sua primeira filosofia.<sup>11</sup> O pensador de Aix havia passado de “uma fenomenologia da existência” para “uma metafísica de tipo clássico”.

A obra que marcou a virada foi <i> Le probleme de la philosophie catholique</i> (O Problema da Filosofia Católica) , de 1932. Para Bouillard, a transição foi marcada por uma repensagem da “filosofia do sobrenatural” que levou Blondel, sob a influência de teólogos, a adotar a hipótese de uma “natureza pura”. O julgamento de Bouillard em relação a esses teólogos é severo: «Pode-se lamentar que alguns teólogos do início do século, devido a um conhecimento muito superficial da tradição cristã, tenham orientado Blondel numa direção contrária ao seu “gênio” e não tenham sido capazes de ajudá-lo a completar sua grande obra de pensamento cristão»¹².

Para Bouillard, portanto, existem “dois” Blondels: um, o autor de L'Actione de seus primeiros escritos, dignos de serem revisitados por serem teologicamente fecundos; o outro, que “tende a sobrepor o sobrenatural contingente a uma filosofia do possível, da natureza pura”,¹³ estéril e sem futuro. Enquanto para Gilson e Fabro existe um único Blondel, que, em suas reflexões maduras, não resolve a ambiguidade original, para Bouillard a filosofia de Blondel se divide em dois momentos desconexos. Para o primeiro, há uma continuidade ininterrupta; para o segundo, uma clara heterogeneidade. Ambas as perspectivas, portanto, falham em dar conta da unidade do pensamento de Blondel, uma unidade que não significa uniformidade. O que não emerge é a complexidade de um desenvolvimento que envolve um processo autocrítico que, contudo, não nega a intuição original. Uma verdadeira autocrítica, certamente, que Fabro e Gilson injustamente negligenciam, e que não pode ser motivada, como afirma Bouillard, pela mera preocupação defensiva de “responder às exigências de certos teólogos”. Esta observação, confrontada com alguém que é talvez o "maior filósofo católico da França moderna",¹⁴ é, no mínimo, redutiva.

Na realidade, para poder retornar a Blondel, a Blondel na complexidade de seu desenvolvimento, é necessário, como observa corretamente Giuseppe Colombo, repensar a ideia, "hoje consagrada na koiné cultural , dos dois Blondels, dos quais apenas o primeiro oferece interesse para a teologia e a filosofia, e não o segundo. Dito de outra forma, é preciso perguntar se não seria benéfico, não apenas para a objetividade da crítica, mas também para a fecundidade do pensamento blondeliano, libertá-lo do sequestro e/ou monopólio exercido sobre ele pela 'Théologie nouvelle'."¹⁵

NOTAS
1) Lettres de monsieur Étienne Gilson au père de Lubac , Paris 1986, trad. it., Um diálogo frutífero. Cartas de Étienne Gilson para Henri de Lubac , Gênova 1990, p. 61.
2) Ibid .
3) É. Gilson, Trois leçons sur le thomisme et sa situation présente , trad. it., O tomismo e sua situação atual , em: É. Gilson, Problemi d'oggi , Turim 1967, p. 71.
4) Op. cit. , p. 68.
5) Um diálogo frutífero. Cartas de Étienne Gilson para Henri de Lubac , cit., p. 61.
6) É. Gilson, O tomismo e sua situação atual , cit. , pp. 70-71.
7) Op. cit. , pág. 71.
8) Op. cit. , pág. 72.
9) C. Fabro, Do ser ao existir , Brescia 1965, p. 472.
10) Op. cit. , pág. 476. Ver R. Garrigou-Lagrange, La nouvelle théologie où va-t-elle? , em Angelicum , 23, (1946), pp. Sobre a relação entre Blondel e a “Théologie nouvelle” cf. A. Russo, Henri de Lubac: teologia e dogma na história. A influência de Blondel , Roma, 1990; G. Moretto, O destino do homem e o corpo místico. Blondel, de Lubac e o Concílio Vaticano II , Brescia, 1994.
11) H. Bouillard, A intenção fundamental e a teologia de Maurice Blondel, em Recherches de Science Religieuse , n. 3, 1949, pp. Ver G. Colombo, O primeiro e o segundo Blondel , em La Scuola Cattolica , n. 6, 1993, páginas 737-755.
12) H. Bouillard, A intenção fundamental de Maurice Blondel et la théologie , cit., p. 382.
13) Op. cit. , pág. 374.
14) HU von Balthasar, +enri de Lubac. Sein organischen Lebenswerk , Einsiedeln 1976, trad. isto., Padre Henri de Lubac. A tradição como fonte de renovação , Milão 1978, pp. 

15) G. Colombo, O primeiro e o segundo Blondel , cit. , pág. 754. 

 Fonte: https://www.30giorni.it/

Foco na História: conhecendo melhor o continente africano

Foco na História: conhecendo melhor o continente africano (Vatican News)

Foco na História: conhecendo melhor o continente africano. A razão do nome do continente africano

Lar dos primeiros seres humanos, o continente recupera o seu valor e importância.

Padre José Inácio de Medeiros, CSsR - Instituto Histórico Redentorista

Na maioria das vezes nós nos acostumamos com os nomes das pessoas, dos lugares, dos acontecimentos e datas históricos, não pensando no real significado de seu nome ou daquilo que está por trás desse nome. 

Começando essa nova série de programetes, é interessante a gente perguntar: Qual a motivação do nome “Continente africano” e por que a África é assim chamada? Como e quando o continente africano recebeu esse nome?

Lar dos primeiros seres humanos

A África é o segundo maior continente do mundo, perdendo em extensão apenas para a Ásia, suplantando todos os demais. Ao todo 54 países se distribuem pelo continente africano. Desse total, 48 são países continentais e outros seis são insulares. Existem também alguns territórios que não são reconhecidos como países, alguns deles bem desconhecidos: Somalilândia, Mayotte, Azawad, Cabinda, Ogoniland, Barotseland e República Árabe Saharaui Democrática.

Mesmo que muitas pessoas não concordem com nisso, a África, pátria dos primeiros seres humanos, é um continente bonito, rico em suas belezas vegetais, animais, minerais e humanas, porém, muitas vezes esquecido, sobretudo, pelo mundo ocidental.

Em relação à denominação do continente, são várias explicações que tentam, segundo os historiadores e estudiosos, justificar o seu nome. A teoria mais aceita e difundida é a que afirma que foram os antigos romanos que deram esse nome ao continente, como homenagem aos AFRI, uma tribo berbere do norte do continente. Os Afri viviam em cavernas perto da cidade de Cartago onde localiza-se a atual Tunísia. 

A cidade de Cartago chegou a se constituir como uma forte potência comercial que se opôs à expansão romana. Por volta de 146 a.C, depois das Guerras Púnicas, Cartago e áreas adjacentes foram conquistadas pelo Império Romano, transformadas em província. Depois disso, os romanos dominaram o Mar Mediterrâneo, constituindo um império de enormes dimensões que dominou e incluiu todo o norte do continente.

Origem do nome do continente

Em vez de dar o nome de Cartago à nova província, ela recebeu o nome de África porque a tribo AFRI tinha sido leal à liderança de Roma. Depois veio a junção com a palavra latina “ca” com o significado de “terra”. Como resultado o continente que começamos a estudar desde então passou a se chamar de “a Terra dos Afri”.

Existem, porém outras teorias menos difundidas que explicam a razão do nome do continente. Uma dessas teorias parte também da etimologia, afirmando que a palavra África tem origem na palavra latina aprica, que significa ensolarado. Fala-se também do antigo termo grego aphrike, que significa sem frio. Ambos os termos concordam com a mesma explicação, pelo fato de que no continente predomina o tempo ensolarado, com uma menor incidência do frio.

Alguns historiadores também sugerem a existência de uma conexão entre o nome do continente africano com a palavra egípcia “af-rui-ka”, que significa “voltar-se para a abertura do Ka”. Na mitologia egípcia, Ka era o poder da alma, como se fosse um duplo energético de cada pessoa. Isso significa que “af-rui-ka” pode ser traduzido como “o local de nascimento”.

Outra teoria ainda, bem diferente das demais surgiu no início do século XVI, quando o famoso explorador Leo Africanus, que documentava tudo o que via ao visitar muitos lugares no norte da África, sugeriu que o nome África poderia ser derivado da palavra grega ‘a-phrike’, que significa sem frio, ou sem horror. Na verdade, isso é bastante lógico porque outros historiadores sugeriram que os romanos possam ter derivado o nome da palavra latina para ensolarado ou quente, a saber, ‘aprica’. Porém, de onde os romanos tiraram exatamente o nome de África ainda é objeto de questionamentos, pela não aceitação da explicação dada segundo o nome de uma tribo do norte do continente.

As pesquisas arqueológicas e antropomórficas comprovam que a África é o lar dos primeiros seres humanos. Com isso, a expressão “local de nascimento” pode ser considerada mais apropriada, por ser a África o local ancestral, onde se deu o nascimento da humanidade.

De qualquer forma, passamos a tratar de um continente de imensas possibilidades. Inclusive, a própria cartografia que durante séculos colocava o continente europeu como se fosse o centro do mundo, começa a rever os seus conceitos e muitas cartas geográficas e mapas já mostram a centralidade do continente africano no planeta terra, nossa “Casa Comum”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5,9)

Palavra de Vida Novembro 2025 (Revista Cidade Nova)

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5,9) | Palavra de Vida Novembro 2025

Organizado por Augusto Parody Reyes com a comissão da Palavra de Vida   publicado às 00:00 de 17/10/2025, modificado às 12:05 de 30/10/2025

Uma pesquisa organizada por três universidades italianas relatou recentemente que, naquele país, mais de um milhão de mensagens de ódio foram postadas on-line em um ano. As mensagens mais violentas eram direcionadas sempre contra os estrangeiros, os judeus, mas, sobretudo, contra as mulheres.

Claro que não podemos generalizar, mas cada um de nós já vivenciou na família, no trabalho, no esporte etc., atitudes conflituosas, ofensivas e antagônicas que dividem, comprometendo a convivência social. Além disso, em um nível mais global, existem atualmente 56 conflitos armados no mundo. É o maior número desde a Segunda Guerra Mundial, com uma quantidade altíssima de vítimas civis.

É precisamente nesse contexto que ressoam instigantes, verdadeiras e fortes como nunca, as palavras de Jesus:

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

“Cada povo, cada pessoa sente um profundo desejo de paz, de concórdia, de unidade. Mesmo assim, apesar dos esforços e da boa vontade, após milênios de história, continuamos incapazes de manter uma paz estável e duradoura. Jesus veio trazer-nos a paz, uma paz – diz Ele – que não é ‘como a dá o mundo1’, porque não consiste apenas na ausência de guerras, de lutas, de divisões, de traumas. A ‘sua’ paz é também isso, mas é muito mais: é plenitude de vida e de alegria, é salvação integral da pessoa, é liberdade, é justiça e fraternidade no amor entre todos os povos2”. 

A Palavra de Vida deste mês é a sétima das Bem-aventuranças encontradas no começo do Sermão da Montanha (Mt 5-7). Jesus, que personifica todas elas, dirige-se aos seus discípulos para instruí-los. Chama atenção o fato de que as oito Bem-aventuranças são formuladas no plural. Daí podemos deduzir que a ênfase não é dada a uma atitude individual ou a virtudes pessoais, mas sim a uma ética coletiva, vivenciada em um grupo.

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

Quem são os que promovem a paz? Esta “bem-aventurança é a mais ativa, explicitamente operativa; a expressão verbal é análoga àquela utilizada para a criação no primeiro versículo da Bíblia e indica iniciativa e laboriosidade. O amor, pela sua natureza, é criativo […] e procura a reconciliação custe o que custar. São chamados filhos de Deus aqueles que aprenderam a arte da paz e que a praticam, sabem que não há reconciliação sem o dom da própria vida, e que a paz deve ser procurada sempre e de todas as formas. […] Esta não é uma obra autônoma, fruto das próprias capacidades; é manifestação da graça recebida de Cristo, que é a nossa paz, que nos fez filhos de Deus3”.

“Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.”

Como, então, podemos viver esta Palavra? Primeiro, irradiando o amor verdadeiro por toda parte. Depois, intervindo quando a paz estiver ameaçada ao nosso redor. Às vezes basta escutar com amor, até o fim, as partes em conflito para vislumbrarmos uma solução.

Mais ainda: não desistiremos enquanto não se restabelecerem relacionamentos que, muitas vezes, se romperam por motivos fúteis. Quem sabe, poderíamos fazer surgir, dentro da nossa organização, associação ou paróquia, alguma iniciativa específica para desenvolver uma maior consciência da necessidade da paz. No mundo inteiro existem incontáveis iniciativas, grandes e pequenas, com essa orientação. Por exemplo: caminhadas, shows, conferências; também o trabalho voluntário desencadeia uma corrente de generosidade que constrói a paz. 

Há também programas de educação para a paz, como o Living Peace4. Até o momento, mais de 2.600 escolas e grupos aderiram a esse projeto, e mais de dois milhões de crianças, além de jovens e adultos, estão envolvidos nessas iniciativas, nos cinco continentes. Entre elas, o lançamento do Dado da Paz – que se inspira no Dado da Arte de Amar, de Chiara Lubich5 – cujas faces trazem frases que ajudam a construir relacionamentos de paz. E ainda, a iniciativa do Time Out, atuada por pessoas do mundo inteiro: todos os dias, ao meio-dia, faz-se um momento de silêncio, de reflexão ou de oração pela paz.

Organizado por Augusto Parody Reyes com a comissão da Palavra de Vida 

Notas:

1) CfJo 14,27.

2) LUBICH, Chiara. A paz que é fraternidade. Palavra de Vida, janeiro de 2004. 

3) Papa Francisco, 

Audiência Geral. 

Catequese sobre as 

Bem-aventuranças

15 de abril de 2020.

4) LIVING Peace International. 2016. Disponível em: http://livingpeaceinternational.org/br/. Acesso em: 

8 set. 2025.

5) LUBICH, Chiara. A arte de amar. São Paulo: Cidade Nova, 2006.

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4068-bem_aventurados_os_que_promovem_a_paz_po

“Ministério da Esperança”: em curso, o Fórum católico sobre bem-estar mental

A conferência “Ministério da Esperança” reúne líderes eclesiais, profissionais e agentes pastorais do mundo inteiro, em Roma, de 5 a 7 de novembro (©Pixel-Shot - stock.adobe.com)

Teve início quarta-feira em Roma a conferência internacional de 3 dias que tem como objetivo fortalecer o compromisso pastoral da Igreja com e para as pessoas com problemas de saúde mental, depressão e dor profunda. Até 7 de novembro, especialistas do mundo inteiro se reúnem para compartilhar experiências, refletir e rezar juntos. Está a caminho um documento do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, intitulado “Saúde mental e acompanhamento pastoral em contextos de crise".

Vatican News

“Ministério da Esperança” é o título da conferência que reúne líderes eclesiais, profissionais e agentes pastorais do mundo inteiro para fortalecer o compromisso pastoral da Igreja católica com o bem-estar mental. O evento internacional de três dias realiza-se de 5 a 7 de novembro em Roma, na Sala Pio X, na via dell’Ospedale. É organizado pela Associação Internacional de Ministros Católicos para a Saúde Mental, com o patrocínio da Pontifícia Academia para a Vida, e visa promover a escuta, a reflexão e a colaboração entre aqueles que acompanham pessoas e comunidades que enfrentam sofrimentos psicológicos, sociais e espirituais.

Um ministério compassivo e competente

Tendo como pano de fundo guerras, migrações, desigualdades e fragmentação social, a conferência pretende aprofundar a compreensão da Igreja sobre como a fé, a comunidade e um cuidado pastoral competente podem promover a cura e a resiliência. Os organizadores do fórum enfatizam que o ministério pastoral deve ser ao mesmo tempo compassivo e competente, baseado na proximidade humana, mas também em um sólido conhecimento e capacidade de discernimento.

No mês de novembro, o Papa dedica a sua intenção de oração às “pessoas que se debatem com pensamentos suicidas”, para que “encontrem apoio” nas suas comunidades e “se abram à ...

Intenção de oração do Papa pela prevenção do suicídio

A conferência teve início na tarde de quarta-feira, 5 de novembro, com uma Missa na Igreja de Santo Spirito in Sassia, próxima à Praça São Pedro, e coincide com a intenção de oração mensal do Papa Leão XIV, que neste mês de novembro é dedicada à prevenção do suicídio. Segue-se uma Mesa-Redonda Pastoral na sede da conferência, com reflexões e testemunhos sobre a prevenção ao suicídio e a assistência pastoral. O objetivo é aumentar a conscientização, promover a oração comunitária e convidar à participação pública em espírito de solidariedade e intercessão.

O documento sobre o acompanhamento em contextos de crise humanitária

O fórum, reservado a cerca de 50 participantes convidados, reúne clérigos, religiosos, agentes pastorais leigos, profissionais de saúde mental e pessoas com experiência direta. As sessões alternam reflexão teológica e competência profissional, incentivando o diálogo aberto, o aprendizado mútuo e o compartilhamento de abordagens práticas provenientes de diferentes contextos pastorais — como zonas de conflito, comunidades migrantes, escolas e paróquias. Durante a conferência, se terá também a apresentação de um novo documento do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, intitulado “Saúde mental e acompanhamento pastoral em contextos de crise humanitária”.

Os principais temas da conferência

Os principais temas que estão sendo abordados são: “Contextos de Sofrimento e Resiliência”, para compreender como o sofrimento e a resiliência se manifestam nas realidades sociais, culturais e geopolíticas contemporâneas; “Experiências de vida e práticas pastorais”, para explorar como os ministérios pastorais promovem a conexão e o acompanhamento em paróquias, escolas e comunidades; “Cuidar de quem cuida e o ministério da presença”, para integrar o conhecimento da saúde mental na formação pastoral e garantir o bem-estar daqueles que servem; “Teologia, antropologia e a questão do bem-estar mental”, para refletir sobre o significado do bem-estar mental à luz da teologia católica, da espiritualidade e da antropologia humana.

Promover a confiança, a dignidade e a comunhão

A conferência “Ministério da Esperança” pretende ser mais do que um intercâmbio acadêmico ou profissional. É um encontro espiritual e pastoral concebido para renovar a missão da Igreja no acompanhamento. O fórum convida os participantes a discernir como a Igreja pode continuar a promover a confiança, a dignidade e a comunhão, especialmente entre aqueles que sofrem de isolamento, traumas ou desespero. Além disso, ressalta a importância de formar ministros capazes de integrar, em seu serviço, a compreensão psicológica com a profundidade espiritual.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Florestas urbanas podem ser solução para combater ondas de calor em grandes cidades?

Florestas urbanas podem resfriar cidades, mas requerem planejamento estratégico, dizem urbanistas (Crédito: Getty Images)

Florestas urbanas podem ser solução para combater ondas de calor em grandes cidades?

27 setembro 2023

O Brasil não é o único país a sofrer com ondas de calor.

Devido às mudanças climáticas, a temperatura global vem subindo gradativamente, e o impacto é sentido de diferentes formas em todo o mundo.

A situação tende a ser pior nas grandes cidades, onde a imensidão de concreto e a falta de áreas verdes contribuem para uma sensação térmica acima da que os termômetros apontam.

Algumas iniciativas, no entanto, vêm sendo implementadas para tentar contornar tal problema, que afeta a saúde de todos: o calor intenso pode causar exaustão, dificuldades respiratórias e insolação.

Um exemplo é Karachi, no Paquistão, a maior cidade do Paquistão.

Em 2015, uma onda de calor elevou as temperaturas a 45°C e 1,2 mil pessoas morreram.

Muitos procuraram combater o calor com ar-condicionado.

Mas, em um país extremamente desigual como o Paquistão, o acesso ao equipamento continua sendo um luxo para a imensa maioria da população.

Além disso, não é ecossustentável.

O ar-condicionado usa combustíveis fósseis, que liberam gases de efeito estufa, o que, por sua vez, contribui ainda mais para o aquecimento global.

Mas um homem optou por outra solução: plantar florestas urbanas.

"Cinco anos atrás, Karachi acabara de passar por uma onda de calor. Sonhei que poderíamos mudar o destino da cidade", disse o empreendedor Shahzad Qureshi à BBC em 2021.

Shahzad Qureshi criou primeira floresta urbana de Karachi, maior cidade do Paquistão (BBC)

Qureshi usou financiamento coletivo para criar a primeira "floresta urbana" de Karachi, no parque público de Clifton, em 2016.

O local foi projetado por um arquiteto paisagista alemão, tendo em mente a sustentabilidade a longo prazo e o máximo de benefícios para a comunidade.

Na floresta urbana de Clifton, é possível ouvir o barulho dos pássaros entre as árvores onde antes havia uma montanha de lixo.

"Começamos a pensar que deveríamos fazer 25 parques como esse na cidade", disse ele.

"Nasci e cresci aqui. Jogava críquete nas ruas. Hoje, vemos a cidade se deteriorar diante dos nossos olhos. Daqui a alguns anos, ela vai se tornar inabitável se não fizermos nada", alertou ele.

Desde então, a ONG de Qureshi criou oito pequenas florestas em Karachi e duas em Lahore usando o método Miyawaki.

Batizado em homenagem ao botânico japonês Akira Miyawaki, o método envolve a preparação cuidadosa do solo e o plantio denso de uma variedade de plantas florestais nativas benéficas para a vida selvagem em uma área geralmente do tamanho de uma quadra de tênis.

Mais de 9 mil pessoas plantaram mudas no parque público de Clifton e mais de 30 escolas participaram de uma viagem educacional para aprender sobre as espécies nativas.

Agora, Qureshi planeja expandir o conceito por todo o Paquistão, convertendo a maior parte dos parques em florestas.

Entre os objetivos, segundo ele, estão reverter as crescentes "ilhas de calor", que são geradas quando a cobertura natural do solo é substituída por superfícies que absorvem e retêm calor, como pavimentos e edifícios, e a escassez de água.

O que diz a ciência

Estudos mostram que florestas urbanas podem reduzir significativamente as temperaturas das cidades.

Áreas com floresta ou cobertura hídrica significam temperaturas mais frias, até 12°C em algumas regiões.

As árvores também absorvem CO2, mitigando as alterações climáticas.

Em um estudo no ano passado, cientistas de Pequim usaram dados provenientes de mapas de calor via satélite para investigar os efeitos dos parques urbanos.

Eles concluíram que os parques aquecem mais lentamente do que as regiões urbanas durante o dia e que os espaços públicos verdes que contém água têm um melhor efeito de arrefecimento tanto no interior do parque como na área ao redor.

Pesquisadores brasileiros chegaram a conclusão semelhante ao analisar a influência das florestas urbanas na variação "termo-higrométrica" da área intraurbana da cidade de Curitiba.

Anomalias termo-higrométricas são alterações que ocorrem na umidade e na temperatura e são oriundas do aquecimento diferenciado das diferentes características do ambiente urbano.

Eles constataram que as regiões da cidade "com maior quantidade de áreas permeáveis, concentração de remanescentes florestais ou espaços verdes públicos apresentaram menores temperaturas e aumento da umidade relativa do ar".

Outro estudo, realizado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em 2021 e publicado na prestigiada revista científica Journal of Exposure Science & Environmental Epidemiology, tratou da cobertura verde na região metropolitana de São Paulo.

"Nós vimos que pessoas que moram em áreas mais periféricas [bordas da cidade] convivem com 80% de verde ao redor da residência, enquanto pessoas que moram no Alto de Pinheiros, por exemplo, podem ter 50% ou 60% de verde nas proximidades", disse Tiana Moreira, engenheira agrônoma e pesquisadora no Departamento de Patologia da FMUSP, ao Jornal da USP.

Alerta

No entanto, aumentar a quantidade de cobertura verde sem considerar suas condições locais pode resultar em uma eficiência limitada na redução do aquecimento urbano, apontam especialistas.

"Na maioria das condições, a mais de 100 metros de distância, esses efeitos (das áreas verdes) mal podem ser percebidos", escreve a arquiteta romena Maria-Cristina Florian em artigo para a plataforma de arquitetura Arch Daily.

"As formas topográficas e geométricas de seus arredores podem determinar até que ponto o ar frio pode penetrar, pois as fontes de calor e os edifícios físicos geralmente formam barreiras que bloqueiam o fluxo de ar".

"Em áreas urbanas densas com disponibilidade limitada de espaço, entender essas condições é crucial para criar uma estratégia eficaz", acrescenta ela.

Florian destaca que, se por um lado, grandes áreas verdes são preferíveis para criar ilhas estáveis e frias, por outro, nem todas as cidades podem implementá-las — estudos mostram que pequenos aglomerados de áreas verdes também podem ajudar a distribuir ar frio e reduzir significativamente o calor urbano.

Cientistas também alertam que se a implementação das áreas verdes não for feita com planejamento estratégico, pode acabar levando ao aumento do valor da propriedade e ao deslocamento de moradores a longo prazo.

Por isso, defendem uma estratégia chamada "apenas verde o suficiente", de modo a criar intervenções estratégicas para apoiar as comunidades locais.

Onda de calor no Brasil

Na última sexta-feira (22/9), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ampliou o alerta de "grande perigo" por causa das temperaturas acima da média para 11 estados e o Distrito Federal e estendeu o aviso até terça-feira (26/9).

Segundo especialistas, a onda de calor que atravessa o país guarda relação direta com o fenômeno El Niño, muito mais rigoroso neste ano, e com a crise climática, devido à emissão de gases de efeito estufa, que aumenta a frequência de eventos climáticos extremos.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cv20x1628qno

Salvar bosques e florestas urbanas para não morrermos de calor

Florestaas urbana poder ser solução para combater ondas de calor (Carbono Zero)

SALVAR BOSQUES E FLORESTAS URBANAS PARA NÃO MORRERMOS DE CALOR

05/11/2025

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Já no clima da COP 30 importa reafirmar uma questão vital para os que moram em cidades, proteger árvores, bosques urbanos é crucial para evitar a desertificação neste meio, e chegar assim ao nível 5 do protocolo do calor que será apresentado na Conferência do Clima. 

Por diversos motivos: especulação imobiliária, projetos como autódromos, ou simplesmente dar visibilidade a centros comerciais tem levado a corte de árvores arbitrários e desmatamento urbano.  

Nos preocupa e constitui um problema grave a insegurança pública derivada do crime, mas também a insegurança climática, os ciclones, enchentes, e deslizamentos são igualmente graves e como aconteceu em Petrópolis ceifam vidas por atacado.  

A qualidade de vida urbana está sendo prejudicada pelo aumento das temperaturas junto a sua brusca descida configurando uma situação de risco para a saúde pública.  

As árvores não são apenas uma questão de paisagismo urbano embora deem. Beleza e boniteza as cidades, mas um elo importantíssimo na trama e teia da vida, pois fortalecem ecossistemas e garantem a pureza e dinâmica respiratória.  

As árvores são memórias históricas da vida de uma cidade, registros biológicos, e proteção a biodiversidade. Aplicar a serra elétrica sem discernimento e atendendo interesses lucrativos particulares, conforma um ecocídio, uma degradação da vida urbana. Imaginar que poderemos viver numa redoma de vidro artificial em meio a desertos consumindo oxigênio em máscaras será um futuro inviável para as cidades, um futuro sombrio, sem sol e brisas, e sem árvores. 

Pensemos na morte por calor da jovem acontecida no show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro e nos milhares de refugiados climáticos mundo afora e na própria cidade de Atafona invadida pelo mar, que estes sinais nos levem a uma aliança com a vida e uma proteção e inclusive plantio constante de árvores no meio urbano. Deus seja louvado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Leão XIV: apoiar, acolher e acompanhar aqueles que lutam contra pensamentos suicidas

O vídeo do Papa - Novembro 2025 (Vatican News)

No mês de novembro, o Papa dedica a sua intenção de oração às “pessoas que se debatem com pensamentos suicidas”, para que “encontrem apoio” nas suas comunidades e “se abram à beleza da vida”.

https://youtu.be/ZEPJI3alTkU

Vatican News

"Pela prevenção do suicídio" é a intenção de oração do Papa Leão XIV para este mês de novembro.

Na mensagem de vídeo divulgada nesta terça-feira (04/11), o Santo Padre pede para apoiar, acolher e acompanhar aqueles que lutam contra pensamentos suicidas. O vídeo foi produzido e divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa, com o apoio da Diocese estadunidense de Phoenix, Arizona, e a colaboração do Vatican Media.

Todos os anos cerca de 720 mil pessoas tiram a própria vida

“Rezemos para que as pessoas que se debatem com pensamentos suicidas encontrem na sua comunidade o apoio, o cuidado e o amor de que necessitam e se abram à beleza da vida.”

O suicídio é um tema relevante na sociedade contemporânea: de acordo com a Organização Mundial da Saúde, todos os anos, no mundo, cerca de 720 mil pessoas tiram a própria vida, ou seja, pouco menos de 2 mil por diaMais da metade dos suicídios globais (56%) ocorre antes dos 50 anos, sendo particularmente afetada a faixa etária dos 15 aos 29 anos: para esta faixa etária, o suicídio é a terceira causa de morte, e entre as adolescentes e jovens adultas é mesmo a segunda. 73% das pessoas que se suicidam vivem em países de baixa e média renda, mas as nações mais ricas não estão isentas do risco: nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa atual de suicídio é um terço maior do que a do ano 2000.

“Senhor Jesus, Tu que convidas os cansados e oprimidos a virem a Ti e a descansarem no Teu Coração, pedimos-Te neste mês por todas as pessoas que vivem na escuridão e no desespero, especialmente por aquelas que lutam contra pensamentos suicidas. Que sempre encontrem uma comunidade que as acolha, escute e acompanhe. Concede-nos um coração atento e compassivo, capaz de oferecer conforto e apoio, bem como a ajuda profissional necessária.”

Redescobrir que a vida é um dom

À Igreja – dioceses, paróquias, congregações religiosas, associações de fiéis – pede-se que impeçam que o sofrimento das pessoas desesperadas, que sentem a tentação de tirar a própria vida, se torne ainda mais insuportável pela solidão. "Sabemos que aqueles que Te seguem também são vulneráveis à tristeza sem esperança", diz o Papa na mensagem de vídeo. "Que saibamos estar próximos, com respeito e ternura, ajudando a curar feridas, criar laços e abrir horizontes", ressalta Leão XIV. "Que, juntos, possamos redescobrir que a vida é um dom, que ainda há beleza e sentido, mesmo no meio da dor e do sofrimento", diz ainda o Papa.

“Pedimos-Te que sempre nos faças sentir o Teu amor para que, através da Tua proximidade conosco, possamos reconhecer e proclamar a todos o amor infinito do Pai que nos conduz pela mão para renovar a nossa confiança na vida que nos dás. Amém.”

Igreja, suicídio e saúde mental

O Catecismo da Igreja Católica (números 2280-2283) recorda que o suicídio contradiz o amor a si mesmo, aos outros e a Deus; no entanto, graves perturbações psíquicas, a angústia ou o medo severo da provação, do sofrimento ou da tortura podem atenuar a responsabilidade pessoal. Ao mesmo tempo, convida a não desesperar da salvação eterna daqueles que tiraram a própria vida, confiando-os à misericórdia de Deus e à oração da comunidade.

A prática eclesial atual é, em geral, muito respeitosa para com as pessoas que morreram por suicídio, também porque, nos últimos anos, a Igreja tem aumentado progressivamente a atenção à saúde mental, na oração e na pastoral. Isso é confirmado pelo congresso internacional que terá início na quarta-feira, 5 de novembro, em Roma, organizado pela associação dos Ministros Católicos para a Saúde Mental (CMHM), com o patrocínio da Pontifícia Academia para a Vida. Por ocasião desta intenção de oração de Leão XIV, pessoas de todo o mundo, envolvidas na pastoral da saúde mental, irão se reunir durante três dias (5, 6 e 7 de novembro) na Sala Pio X (via dell'Ospedale, 1) para discutir como a comunidade cristã pode acompanhar as pessoas que enfrentam problemas de saúde mental, depressão, dor profunda, e prevenir, através da escuta e da proximidade, o risco de suicídio.

Phoenix: um compromisso diocesano para acompanhar e prevenir

As imagens do vídeo deste mês foram filmadas na Diocese de Phoenix, no Arizona, que colocou o tema da saúde mental entre as suas prioridades pastorais. Possui um gabinete próprio para o ministério da saúde mental, oferece espaços de escuta, organiza cursos de formação na comunidade, estabeleceu parcerias com organizações locais e estruturas de saúde, celebra anualmente uma missa em memória das pessoas que faleceram por suicídio, fornece orientações sobre como ajudar alguém que está pensando em tirar a própria vida e promove campanhas para reduzir o estigma em torno das doenças mentais.

“A intenção de oração do Santo Padre para este mês, pelas pessoas que se debatem com pensamentos suicidas e em particular para que encontrem nas suas comunidades o apoio e o amor de que necessitam, está muito presente no meu coração”, comenta o bispo de Phoenix, dom John Dolan. “Vivi em primeira pessoa o doloroso caminho do luto por suicídio. Perdi o meu irmão Tom, as minhas irmãs Terese e Mary e o meu cunhado Joe, todos mortos por suicídio. Há feridas e mistérios que não podemos compreender. E, no entanto, temos esperança! Confiamos num Pai amoroso que tem junto a si os nossos entes queridos e contamos uns para os outros, caminhando juntos como companheiros de viagem. Se você se sente despedaçado, se está lutando contra pensamentos suicidas, saiba que você é profundamente amado e que a Igreja está aqui para você. Você não está sozinho”, diz ainda dom John Dolan.

Escuta e oração

O tema da prevenção do suicídio – declara o padre Cristóbal Fones, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa – interpela profundamente a Igreja. Não é a primeira vez que uma intenção de oração destaca a fragilidade da saúde mental: em novembro de 2021, o Papa Francisco pediu-nos para rezar pelas pessoas que sofrem de depressão e, em abril de 2020, por aquelas que são escravas de dependências, lembrando-nos de que a comunidade cristã é chamada a cuidar também das feridas interiores. O Papa Leão XIV confirma e relança este caminho: já indicou para outubro de 2026 uma intenção específica sobre a pastoral da saúde mental, sinal da sua atenção a um tema crucial para a sociedade atual.

A Igreja não substitui os profissionais de saúde, psicólogos, médicos, terapeutas, mas pode desempenhar um papel decisivo, oferecendo proximidade, escuta e esperança.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O testemunho de vida dos pastores em Santo Agostinho

Santo Agostinho (cnbbn2)

O TESTEMUNHO DE VIDA DOS PASTORES EM SANTO AGOSTINHO

04/11/2025

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)  

Santo Agostinho, bispo de Hipona nos séculos IV e V deu um grande testemunho de vida no seguimento a Jesus Cristo sendo um bom pastor de sua Igreja, marcando presença junto às comunidades, povo de Deus, espalhando os valores evangélicos da paz e do amor. Na atualidade são chamados também os pastores a viver o bom testemunho em todos os setores da vida humana, através das virtudes da fé, da esperança e da caridade. É preciso a doação de seus pastores para que o Reino de Deus cresça aqui e agora e um dia na eternidade. A Igreja no Brasil é convidada a fazer o caminho sinodal de modo que todas as pessoas vivam a alegria do serviço aos outros, a Jesus em vista de uma caminhada em conjunto, em comunhão. 

A esperança é o Cristo Jesus

A nossa esperança está em Cristo, sendo Ele a nossa glória, verdadeira e salutar. Santo Agostinho teve que advertir pessoas que se diziam pastores, gostavam de ser assim chamadas, mas não faziam o ofício de pastor, a missão de pastor como deveria ser a exemplo do Senhor Jesus1. Seguindo o profeta Ezequiel que criticou a má atuação dos pastores em Israel (cfr. Ez 34,1-2), o bispo de Hipona afirmou a necessidade de dizer a verdade, porque se as coisas forem ditas por nossa causa, seremos pastores que apascentam a nós mesmos, não as ovelhas, mas se ao invés vem do Senhor as coisas que digamos, é sempre o Senhor a apascentar-nos na certeza de que nós somos chamados a sermos bons pastores2.  

Os pastores que apascentam a si mesmos

O profeta continua criticando os maus pastores. “Ai dos pastores que apascentam a si mesmos” (Ez 34,2). Santo Agostinho disse o motivo pelo qual os pastores foram repreendidos, é o fato de que tais pastores apascentam a si mesmos e não as ovelhas. Seguindo também o Apóstolo São Paulo, Agostinho tem presentes que estes pastores buscam os seus próprios interesses, não aqueles que Jesus Cristo quer de seus pastores (cfr. Fl 2,21).  

Considerações próprias

O bispo de Hipona quis que se fizessem as considerações próprias. O Senhor colocou a ele naquele lugar do qual dever-se-á dar contas por um traço de sua condescendência e não por merecimentos próprios4. Existem duas dignidades aquela de ser cristãos e aquela como Santo Agostinho de ser bispo. Aquela de ser cristãos é para ele muito importante, e vão sublinhadas as vantagens que derivam dos bispos; e em relação aqueles que assumem o episcopado, o que conta é o serviço que todos os ordenados devem prestar ao seu povo5. Sendo muitos os cristãos estes podem alcançar a Deus de uma forma às vezes mais ágil do que os bispos pelo fato do peso que carregam com a sua missão6. Santo Agostinho afirmou que pelo fato de ser bispo deverá prestar contas a Deus pelo ministério assumido, o episcopado, com alegria e com amor. 

Oração

Ao expressar-se desta forma ao povo, em ligação à palavra de Deus, Santo Agostinho pedia aos fiéis orações. O dia do julgamento do Senhor virá para todas as pessoas e também para os bispos que assumiram o ministério de coordenar uma comunidade. Ele desejava que ao chegar o dia da passagem, o Senhor o encontrasse preparado8. O bispo deve ter presente o bem das pessoas e do Reino de Deus. Se o bispo buscasse os seus próprios interesses, que ficasse no orgulho de seu poder que ocupa, a sua honra, ele estaria entre aqueles que apascentam a si mesmos e não as suas ovelhas9 e para não cair nestas tentações, o bispo pedia orações ao povo em vista da firmeza de sua missão. 

O pastor é Deus

O verdadeiro pastor é Deus seja qual for a posição dos pastores eclesiais, se agem para o bem das pessoas ou não. É claro que é fundamental que os bispos, as pessoas ordenadas sejam bons pastores. Deus não abandona jamais as suas ovelhas, porque estas são amparadas pelo Senhor para alcançar os bens a elas reservadas10. Santo Agostinho também disse que os pastores devem servir as ovelhas com amor. Diante da caridade do Evangelho o ponto fundamental que esperava dos pastores que levem as pessoas à salvação que vem de Jesus Cristo. No entanto ele tinha presentes algumas pessoas que se diziam pastores que viviam da providência do povo através dos alimentos, mas não cuidavam das ovelhas, buscando os seus próprios interesses, não aqueles de Jesus Cristo (cf. Fl 2,21). 

O apóstolo São Paulo 

O Apóstolo São Paulo viveu de uma forma desprendida junto às suas comunidades. Santo Agostinho colocou-o como um grande pastor junto ao seu povo, na qual não procurava os seus interesses, mas aqueles do povo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Ele buscava como o Senhor a ovelha doente para assim não deixar progredir a infecção12. Assim ele não buscava vantagens próprias, mas aquelas de Jesus Cristo (Fl 2,21).  

A indiferença e a dedicação  

Santo Agostinho afirmou coisas que o povo poderia dizer aos pastores quando não apascentam o povo, mas a si mesmos dadas pela indiferença à missão. Quando o pastor não dá o bom testemunho de vida poderia ocorrer que o povo diga que os pastores façam a seu bel prazer as coisas. O Bispo percebeu que estas coisas não levariam a nada14. No entanto quando o pastor é dedicado a Deus e ao povo, a palavra de Deus é vivida pelas pessoas e os ministros consagrados são bem acolhidos pelo seu povo também pela vivência da palavra, porque não apascentam a si mesmo, mas ao povo e ao Senhor. Desta forma o testemunho de vida é fundamental para os pastores do povo de Deus no seguimento a Jesus Cristo, à sua Igreja e ao Reino de Deus. Santo Agostinho nos exorta para isso a viver a palavra de Deus junto ao povo do Senhor a nós confiado.

Notas

[1] Cfr. Discorso 46, 1. In: Sant´Agostino. Sul Sacerdozio. Città Nuova Editrice: Roma, 1985, pg. 121.

[2] Cfr. Idem, 1-2, pgs. 121-122.

[3] Cfr. Ibidem, pg. 122.

[4] Cfr. Ibidem.

[5] Cfr. Ibidem.

[6] Cfr. Ibidem.

[7] Cfr. Ibidem.

[8] Cfr. Ibidem, pgs. 122-123.

[9] Cfr. Ibidem, pg. 123.

[10] Cfr. Ibidem.

[11] Cfr. Ibidem, 5, pg. 127.

[12] Cfr. Ibidem, 7, pg. 128.

[13] Cfr. Ibidem, pg. 129.

[14] Cfr. Ibidem, 8, pgs. 129-130.

Fonte: https://cnbbn2.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF