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quarta-feira, 28 de junho de 2023

“Meu herói é Jesus”: o corajoso testemunho de um menino na escola

@kristykendallbradford / #image_title

Por Merche Crespo

A professora pediu às crianças que escolhessem um super-herói e que falassem sobre o personagem favorito durante uma apresentação para a turma. O pequeno Kai encantou a todos ao explicar o motivo pelo qual escolheu Jesus.

Às vezes, o testemunho sincero e terno das crianças sobre as crenças religiosas pode ser inspirador para todo mundo. É o caso do pequeno Kai Madison Bradford. 

Graças à sua mãe, Kristy Kendall Bradford, que compartilhou a apresentação do menino em sala de aula, ficamos sabendo dessa história ocorrida nos Estados Unidos. 

Seu herói favorito é…

A professora de Kai pediu aos alunos do jardim de infância que escolhessem seu herói favorito e falassem sobre ele em uma apresentação que deveriam fazer na frente dos demais alunos. 

Entre os requisitos do trabalho estava a confecção de um cartaz que incluísse várias imagens e um resumo da vida do personagem escolhido. As crianças também tinham que falar na primeira pessoa, como se fossem os próprios heróis.

“Eu sou o Filho de Deus”

O menino começou sua apresentação aos colegas dizendo: “Eu sou Jesus Cristo. Nasci em Belém há 2.000 anos. Eu sou o Filho de Deus”. Todos ficaram em silêncio e ouviram atentamente, sentados no chão da sala de aula. 

Kai continuou falando sobre seu super-herói especial, um pouco nervoso e olhando de vez em quando para seu cartaz para não se perder. “Eu sou o caminho, eu sou a verdade e eu sou a vida”, destacou o garoto. Ele também acrescentou o restante do fragmento do Evangelho de São João: “Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14, 1-6 ).

A apresentação foi breve, mas ele reuniu todas as verdades da fé em Cristo. Nosso protagonista partilhou com seus companheiros os motivos pelos quais Jesus é para ele o maior herói de todos. 

E explicava da seguinte forma: “Sou um herói porque vim ao mundo bebê, vivi uma vida perfeita, sem pecado. Eu morri na cruz por seus pecados e ressuscitei três dias depois para que vocês pudessem ter a vida eterna comigo no céu.” 

A Boa-Nova

A apresentação terminou quando Kai, erguendo levemente os braços, declarou com orgulho: “Essa é a Boa-Nova!”

Emocionada, a mãe postou o vídeo em seu Instagram e comentou que estava muito orgulhosa do filho, pois ele não poderia ter escolhido herói maior. 

Exemplo de educação cristã

Muitos outros seguidores e usuários da rede social acrescentaram comentários positivos sobre o testemunho do garoto e valorizaram o exemplo de educação e formação cristã da criança. Outros comentam que essa educação é a que deveria ser promovida nas escolas.

Não há dúvida de que os pais de Kai criaram seu filho de maneira cristã e seu exemplo deve nos inspirar!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa Pacelli e as mães de família

Mãe segura sua filha que oferece flores ao Papa Francisco na Audiência Geral de 28/06/2023  (ANSA)

"O corpo místico de Jesus Cristo e nossa união nele com Cristo": na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo em 29 de junho de 1943, era publicada a Carta Encíclica de Pio XII Mystici Corporis. Oitenta anos mais tarde, o diretor editorial do Vatican News recorda a atualidade do documento, em particular no contexto do Sínodo sobre a Sinodalidade.

ANDREA TORNIELLI

Há uma passagem da encíclica Mystici Corporis de Pio XII particularmente atual em um tempo em que a transmissão da fé na família está em crise e a Igreja se prepara para viver a primeira fase do Sínodo sobre a sinodalidade que tem como meta a missão. É o que o Papa Pacelli dedica à descrição da Igreja como Corpo de Cristo “composto orgânica e hierarquicamente”.

O Pontífice convida a não julgar que a “orgânica” estrutura do corpo da Igreja "se limita unicamente aos graus da hierarquia; ou ao contrário, como pretende outra opinião, consta unicamente de carismáticos (embora cristãos enriquecidos de graus extraordinários que nunca hão de faltar na Igreja)". Não apenas bispos e clero de um lado, e pessoas com carismas especiais do outro.

O Papa acrescenta: «Antes é de notar que, sobretudo nas atuais circunstâncias, os pais e as mães de família, os padrinhos e madrinhas, e notadamente todos os seculares que prestam o seu auxílio à hierarquia eclesiástica na dilatação do reino de Cristo, ocupam um posto honorífico, embora muitas vezes humilde, na sociedade cristã, e podem muito bem sob a inspiração e com o favor de Deus subir aos vértices da santidade, que por promessa de Jesus Cristo nunca faltará na Igreja».

“Nas atuais circunstâncias”, ou seja, no ano de 1943 marcado pelo horror catastrófico da Segunda Guerra Mundial, o Sucessor de Pedro indica o “lugar de honra” que ocupam  (ou deveriam ocupar) “os pais e as mães de família”, o Povo de Deus que trabalha e vive a cotidianidade da vida cristã e seus sacramentos. Pacelli não apenas recorda o caminho de santidade para eles, mas também destaca sua fundamental contribuição para a expansão do Reino, isto é, para a missão.

Hoje, como há oitenta anos, talvez hoje mais do que há oitenta anos, é precisamente ao testemunho quotidiano e escondido dos pais e mães de família que é confiada a missão de dar testemunho da fé. Ao redesenhar a estrutura do Sínodo e abrindo-o à contribuição efetiva dos leigos ao lado da dos bispos, o Papa Francisco dá prosseguimento e aprofunda uma consciência que vem de longe e que teve como marco o Concílio Ecumênico Vaticano II.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Quando começa a vida?

Quando começa a vida? (catolicodigital)

QUANDO COMEÇA A VIDA?

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

O debate sobre a dignidade da pessoa humana e o cuidado da vida desde a concepção até o seu fim natural sempre causam importantes debates que afetam questões além dos posicionamentos religiosos. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão para a Doutrina da Fé, tratou desse tema num recente subsídio sobre “Vida, Dom e Compromisso II”. Aqui trazemos alguns elementos desse estudo.

Partimos de uma questão fundamental que, muitas vezes, é esquecida: Quando começa a vida humana? A resposta a tal questão, propositalmente deixada de lado no debate atual, poderia pôr fim à disputa sobre a legalidade dos atos abortivos, pois, se estamos diante de uma vida humana, desde o primeiro instante da fecundação, então o aborto seria um crime, e, se não estamos, ele seria legal.

Durante a relação íntima de um casal, entre 200 e 600 milhões de espermatozoides, participam do processo da geração de uma nova pessoa humana e, em termos gerais, pode-se dizer que somente um fecundará o óvulo e dará origem a uma nova vida. Como essa nova pessoa humana é caracterizada pelo patrimônio genético recebido dos pais, e esse é diferente em cada espermatozoide e em cada óvulo, isso significa que aquela nova vida que foi gerada é única e irrepetível, de tal modo que, se outro espermatozoide ou outro óvulo tivesse participado da fecundação, teria, como resultado, outra pessoa única e irrepetível.

 O processo natural de concepção não é determinado pelo pai nem pela mãe. O espermatozoide e o óvulo que deram origem à nova vida se encontram por uma misteriosa razão alheia ao controle dos genitores; ou seja, os pais são colaboradores do processo que leva à concepção, mas não podem determinar qual óvulo e qual espermatozoide serão fecundados. Esse processo é um sinal evidente de que a vida é um grande dom, recebido gratuita e imerecidamente, sem qualquer escolha prévia de existir ou não. Daqui surge, então, a pergunta: Em que momento essa nova, única e irrepetível vida começa a existir?

O momento do início da vida humana não é um dogma de fé e, nem mesmo, da ciência. A convergência de muitos dados científicos oferece, porém, a possibilidade de determinar quando, no processo de desenvolvimento de uma nova pessoa, podemos dizer que já estamos diante de uma nova vida humana. Dois campos do saber humano oferecem suficientes contribuições para essa determinação: as Ciências Biomédicas, particularmente a Genética, a Embriologia e a Filosofia.

Essas áreas do conhecimento permitem concluir que, desde o primeiro instante da fecundação, estamos diante de um ser humano. Aceitar, portanto, que só a concepção pode ser definida como o marco inicial da vida da pessoa humana não é, absolutamente, uma velha e piedosa crença religiosa nem uma vazia e ilusória teoria metafísica, mas um dado extremamente preciso da Biologia moderna e das mais avançadas pesquisas genéticas. Não se trata de mera opinião religiosa ou demagogia; é, de fato, uma questão científica, filosófica, antropológica, ética e teológica.

O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse mesmo momento, devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais – e primeiro de todos – o direito inviolável à vida de cada ser humano inocente (Evangelium Vitae, 60).

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

“A fé exige o realismo do acontecimento” (5/6)

Joseph Ratzinger (30Giorni)

Arquivo 30Dias - 06/2003

“A fé exige o realismo do acontecimento”

“A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isso aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia”. O discurso do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por ocasião do centenário da constituição da Pontifícia Comissão Bíblica.

de Joseph Ratzinger

Chegamos assim à segunda e conclusiva questão: como devemos avaliar, hoje, os primeiros cinqüenta anos da Comissão Bíblica? Tudo foi, apenas, um trágico condicionamento da liberdade da teologia, um conjunto de erros dos quais nos devemos libertar nos segundos cinqüenta anos da Comissão, ou não devemos, ao contrário, considerar este difícil processo de maneira mais pormenorizada? Que as coisas não sejam tão simples, como pareceu nos primeiros entusiasmos do começo do Concílio, é evidenciado por quanto já dissemos. Permanece uma verdade que o Magistério, com as decisões citadas, alargou demasiado o âmbito das certezas que a fé pode garantir; por isso permanece uma verdade, que assim foi diminuída a credibilidade do Magistério e limitado de modo excessivo o espaço necessário para as investigações e para as interrogações exegéticas. Mas é de igual modo verdadeiro, no que se refere à interpretação da Escritura, que a fé tem a sua palavra a dizer e que, por conseguinte, também os Pastores são chamados a corrigir, quando se perde de vista a natureza particular deste livro e uma objetividade, que é pura só na aparência, faz desaparecer aquilo que a Sagrada Escritura tem de seu e de específico. Portanto, foi indispensável uma profunda investigação, para que a Bíblia tivesse a sua justa hermenêutica e a exegese histórico-crítica o seu justo lugar.

Parece-me que se podem distinguir dois níveis do problema, que na época estava em questão, e hoje também. Num primeiro nível, devemos perguntar-nos até onde chega a dimensão meramente histórica da Bíblia e onde começa a sua especificidade, que a mera racionalidade histórica não alcança. Também se poderia formular como um problema interno do próprio método histórico: que pode fazer ele na realidade e quais são os seus limites intrínsecos? Quais são as outras modalidades de compreensão necessárias para um texto deste gênero? A investigação pormenorizada que se deve empreender pode ser comparada, num certo sentido, ao trabalho que o caso Galileu exigiu. Até aquele momento parecia que a visão geocêntrica do mundo estava ligada de maneira inextrincável ao que era revelado pela Bíblia; parecia que quem estava a favor da visão heliocêntrica do mundo atacava o núcleo da Revelação. A relação entre a aparência externa e a verdadeira e própria mensagem do todo devia ser revista profundamente, e só lentamente se poderiam elaborar os critérios que teriam permitido pôr numa justa relação entre si a racionalidade científica e a mensagem específica da Bíblia. Sem dúvida, a tensão não pode ser considerada totalmente resolvida, porque a fé testemunhada pela Bíblia inclui também o mundo material, afirma algo também sobre ele, sobre a sua origem e sobre a origem do homem em particular. Reduzir toda a realidade do modo como nos vem ao encontro a meras causas materiais, confinar o Espírito criador na esfera da mera subjetividade, é inconciliável com a mensagem fundamental da Bíblia. Mas isto exige um debate sobre a própria natureza da verdadeira racionalidade; dado que, se se apresenta uma explicação meramente materialista da realidade como única e possível expressão da racionalidade, então a própria racionalidade é compreendida de maneira falsa. Deve-se afirmar algo análogo no que se refere à história. Num primeiro momento parecia indispensável, para a credibilidade da Escritura e, portanto, para a fé fundada sobre ela, que o Pentateuco devesse ser atribuído indiscutivelmente a Moisés ou que os autores de cada um dos Evangelhos tivessem que ser verdadeiramente os que foram nomeados pela Tradição. Também aqui era necessário, por assim dizer, definir de novo lentamente os âmbitos; a relação fundamental entre fé e história devia ser novamente pensada. Um semelhante esclarecimento não era uma empresa que se pudesse fazer de um dia para outro. Também nisto haverá sempre espaço para o debate. A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isto aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia. Por isso, a realidade do nascimento de Jesus da Virgem Maria, a efetiva instituição da Eucaristia por parte de Jesus na Última Ceia, a sua ressurreição corporal dos mortos – este é o significado do sepulcro vazio – são elementos da fé enquanto tal, que ela pode e deve defender contra uma só presumível melhor consciência histórica. Que Jesus em tudo o que é essencial tenha sido efetivamente aquele que nos mostram os Evangelhos, não é de modo algum um pressuposto histórico, mas um dado de fé. Objeções que nos queiram convencer do contrário não são expressão de um efetivo conhecimento científico, mas são uma sobre avaliação arbitrária do método. Que, porém, muitas questões nos seus particulares devem permanecer abertas e ser confiadas a uma interpretação consciente das suas responsabilidades é o que, entretanto, aprendemos.

É sem dúvida compreensível que os teólogos católicos, na época em que as decisões da Comissão Bíblica de então lhes impediam uma mera aplicação do método histórico-crítico, olhassem com inveja para os teólogos evangélicos, os quais, entretanto, com a seriedade da sua investigação, estavam em condições de apresentar resultados e aquisições novas sobre como esta literatura, que nós chamamos Bíblia, tenha nascido e crescido ao longo do caminho do povo de Deus. Mas com isto não era considerado suficientemente o fato de que na teologia protestante se tinha o problema oposto. É o que se vê de maneira clara, por exemplo, na conferência realizada em 1936 pelo grande aluno de Bultmann, que mais tarde se converteu ao catolicismo, Heinrich Schlier, sobre a responsabilidade eclesial do estudante de teologia....

O discurso do cardeal Ratzinger
foi pronunciado em língua italiana
no Augustinianum em 29 de abril de 2003.

Fonte: http://www.30giorni.it/

À espera de Francisco, site disponibiliza acervo digital sobre as Missões Jesuítico-Guaranis

Vista das Ruínas de São Miguel Arcanjo (Foto: Pe. Mauro Argenton)

Artigos, livros, mapas, teses de Mestrado e Doutorado, uma vasta quantidade de informações agora disponível no site do Grande Projeto Missões. Além do convite ao Papa para visitar a região das Missões no sul do Brasil, os responsáveis pelo projeto encaminharam ao Vaticano um pedido para Francisco gravar um vídeo com o objetivo de contribuir para a valorização do trabalho de evangelização e fraternidade desenvolvido pelos jesuítas na América do Sul nos séculos XVI e XVII.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

A partir do século XVI a América do Sul testemunhou o surgimento de um “grande projeto de fraternidade” protagonizado pelos jesuítas com os índios guaranis, que mesmo tendo sido destruído pelas disputas de interesse entre as Coroas Espanhola e Portuguesa, deixou um legado na formação de hábitos e costumes, mas também marcou os povos que se sucederam nessas regiões.

No Rio Grande do Sul, a Igreja de São Miguel Arcanjo é o único Patrimônio Mundial da Unesco no sul do país, mas com o conjunto dos Trinta Povos das Missões - que inclui Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai -, constitui um patrimônio de inigualável valor e que com o tempo começa a receber a devida atenção e valorização por parte de pesquisadores, estudiosos, empreendedores.

No contexto desta iniciativas insere-se o Grande Projeto Missões, que segundo seu idealizador e coordenador Álvaro Theisen, trata-se “essencialmente de uma ação de um grupo de voluntários”, quase 500 entre Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, que em um trabalho de cooperação buscam a divulgação do tema Missões jesuítico-guaranis”, propiciando também com isso o desenvolvimento turístico e por consequência econômico, com “a criação de alternativas de renda” para a população que vive nessas regiões e a “preservação desse Patrimônio Histórico através da história, da cultura”. Pois se trata – ressalta Álvaro -  de “um exemplo ímpar de desenvolvimento durante 160 anos que aconteceu aqui na região”.

À espera de Francisco

E um grande incentivo para a promoção das Missões Jesuítico-Guaranis seria uma palavra, e por que não, uma visita do Papa jesuíta. Neste sentido, foi encaminhado ao Vaticano, por meio da Unisinos, um pedido para Francisco gravar um vídeo no sentido de promover as Reduções Jesuítico-Guaranis no Rio Grande do Sul. “Estamos aguardando ansiosamente a resposta e que o Papa possa realmente vir visitar a nossa região e promover as Missões”, afirmou com esperançoso Álvaro.

A recordar que em janeiro de 2022, Dom Mário Antônio da Silva e Dom Jaime Spengler foram recebidos pelo Santo Padre no Vaticano, ocasião em que renovaram o convite para que ele visitasse o Brasil, em particular a Amazônia e a região das Missões, no sul do país. Neste ano o Papa Francisco afirmou que em 2024 gostaria de visitar a Argentina, mas também em outras ocasiões recordou do Uruguai e do Brasil, onde esteve em 2013.

Site com bibliografia e mapas digitalizados

Mas outro passo importante para cumprir os objetivos propostos pelo projeto, foi o recente lançamento do site www.grandeprojetomissoes.com.br com “dezenas de artigos sobre o tema missioneiro, mais de 500 livros digitalizados e mais de 150 mapas e 120 trabalhos de teses e dissertações de Mestrado e Doutorado relativos ao tema Missioneiro”.

Assim, em um único espaço virtual, é possível encontrar uma gama de informações sobre o tema Missões Jesuítico-Guaranis acessível a pesquisadores, professores, guias turísticos e pessoas interessadas no tema. O acervo, assegurou Álvaro, será enriquecido à medida que surgirem novos materiais.

E em se tratando de internet, também foi lançado o site www.caminodelosjesuitas.com, o Caminho dos Jesuítas, um projeto feito com recursos do BID, que trata basicamente da promoção e de negócios com as operadoras turísticas para divulgar o Caminho dos Jesuítas, “que de certa forma é a integração dos Trinta Povos missioneiros”.

Trabalho integrado

Mas as novidades não param por aí. A primeira vez que conversamos com o idealizador do projeto foi em junho de 2021. Desde então, em meio à pandemia e no pós-pandemia, houve grandes avanços na integração dos Trinta Povos, em particular devido ao trabalho dos voluntários de Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil para articular “uma forma de integrar esses Povos, essas antigas Reduções e visando basicamente um trabalho integrado de divulgação e de autoconhecimento”

Neste sentido, Álvaro Theisen antecipou que está em elaboração um livro onde, com o uso de fotografias, estarão concentradas todas as informações sobre os Trinta Povos. Ademais, foram publicados dois guias turísticos: um sobre a Redução de São João Batista e outro sobre a Redução de São Lourenço, com as histórias desses dois patrimônios.

O idealizador do Grande Projeto Missões também comemora a aprovação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul do projeto de lei do pró-Missões, ao mesmo tempo que observa que este ainda não foi regulamentado para se tornar efetivo, “mas é um trabalho que estamos fazendo ainda junto ao governo do Estado.” 

Também a ser comemorado o andamento do acesso asfáltico aos sítios arqueológicos de São João Batista e São Lourenço, o que deverá estar pronto até o final deste ano, facilitando assim o acesso dos turistas aos dois patrimônios históricos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo (VII)

Santo Irineu (Vatican News)

Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 4,20,5-7:Sch 100, 640-642.644-648)         (Séc. II)

A glória de Deus é o homem vivo;
e a vida do homem é a visão de Deus

            O esplendor de Deus dá a vida. Consequentemente, os que veem a Deus recebem a vida. Por isso, aquele que é inacessível, incompreensível e invisível, torna-se compreensível e acessível para os homens, a fim de dar a vida aos que o alcançam e veem. Assim como viver sem a vida é impossível, sem a participação de Deus não há vida. Participar de Deus consiste em vê-lo e gozar da sua bondade. Por conseguinte, os homens hão de ver a Deus para poderem viver. Por esta visão tornam-se imortais e se elevam até ele. Como já disse, estas coisas foram anunciadas pelos profetas de modo figurado: que Deus seria visto pelos homens que possuem seu Espírito e aguardam sem cessar sua vinda. Assim também diz Moisés no Deuteronômio: Nesse dia veremos que Deus pode falar ao homem, sem que este deixe de viver (cf. Dt 5,24).

            Deus, que realiza tudo em todos, é inacessível e inefável, quanto ao seu poder e à sua grandeza, para os seres por ele criados. Mas não é de modo algum desconhecido, pois todos sabemos, por meio do seu Verbo, que há um só Deus Pai que contém todas as coisas e dá existência a todas elas, como está escrito no Evangelho: A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer (Jo 1,18).

            Portanto, quem desde o princípio nos dá a conhecer o Pai é o Filho, que desde o princípio está com o Pai.As visões proféticas, a diversidade de carismas, os ministérios, a glorificação do Pai, tudo isto, como uma sinfonia bem composta e harmoniosa, ele manifestou aos homens, no tempo próprio, para seu proveito. Porque onde há composição, há harmonia; onde há harmonia, tudo acontece no tempo próprio; e quando tudo acontece no tempo próprio, há proveito.

            Por esta razão, o Verbo se tornou o administrador da graça do Pai para proveito dos homens. Em favor deles, pôs em prática o seu plano: mostrar Deus ao homem e apresentar o homem a Deus. No entanto, conservou a invisibilidade do Pai: desta forma o homem não desprezaria a Deus e seria sempre estimulado a progredir. Ao mesmo tempo, mostrou também, por diversos modos, que Deus é visível aos homens, para não acontecer que, privado totalmente de Deus, o homem chegasse a perder a própria existência. Pois a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus. Com efeito, se a manifestação de Deus, através da criação dá a vida a todos os seres da terra, muito mais a manifestação do Pai, por meio do Verbo, dá a vida a todos os que veem a Deus.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

terça-feira, 27 de junho de 2023

Um canto onde a vida canta

Canto da Vida (Mundo e Missão)

Um canto onde a vida canta

“Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). A vida plena pede um corpo sadio.

As Irmãs Servas da Caridade, ou ‘Suore Ancelle della Carità - Brescia’, chegaram no Brasil em 12 de junho de 1963, respondendo aos apelos do Concílio Vaticano II, que pedia missões além-fronteira às congregações. A missão inicial foi no campo da saúde. Atualmente, as Servas da Caridade continuam no serviço operoso e generoso nos asilos, nas pastorais, nas famílias e onde se faz necessário.

De Brescia a Morungaba

As Servas da Caridade estão presentes, desde 1965, em Morungaba-SP. Vieram a pedido do pároco de então, monsenhor Honório Henrique Nacke, que procurava uma congregação religiosa para os diversos serviços no hospital recém- -construído. Além do serviço no hospital, as religiosas assumiram a catequese e deram vida à primeira escola infantil da cidade, que, por quase quatro décadas, educou muitos cidadãos morungabenses.

Nasce o Canto da Vida

Em 2003, as missionárias decidiram encerrar as atividades do Centro Educacional Servas da Caridade. No entanto, era necessário realizar outra atividade conforme o carisma de Santa Maria Crucifixa e em resposta aos apelos dos tempos atuais. Diante de tantas doenças emocionais em uma realidade onde poucos têm acesso à saúde de qualidade, e onde o ser humano, sempre mais fragmentado, investe apenas na aparência, as Irmãs Servas da Caridade pensaram em criar um espaço terapêutico natural, o “spa d’alma”. A ideia foi bem-vinda, pois a congregação já contava com irmãs experientes na área das terapias naturais, particularmente em Florais e plantas. Uma vez finalizada uma reforma no espaço físico e concluída a formação profissional das religiosas nas variadas técnicas terapêuticas, no dia 25 de março de 2007 nasceu o Canto da Vida. “Um canto onde a vida canta”. Nesses 16 anos de história foram inúmeras as experiências de milhares de pessoas atendidas com resultados positivos. Muitos encontros, retiros, cursos, eventos, e tantos outros eventos a mais.

Ir. Solange Moreira durante um atendimento no Canto da Vida (Mundo e Missão)

Algumas das técnicas realizadas atualmente no Canto da Vida

Florais de Bach: Os Florais de Bach são essências de flores, cujo poder de cura foi descoberto pelo médico inglês Edward Bach. Eles agem sobre o estado emocional do paciente e formam um sistema terapêutico segundo o qual a doença resulta de um desequilíbrio energético que leva a pessoa à enfermidade física. São muito eficientes em todas enfermidades de causa emocional: stress, insônia, nervosismo, irritação, traumas, medos, etc.

Ir. Solange Moreira no Canto da Vida (Mundo e Missão)

Argiloterapia: A argiloterapia, cujas propriedades terapêuticas vêm da antiguidade, é indicada nos tratamentos de artrite, artrose, dores musculares, doenças da pele, fraturas, cicatrização. Ela elimina excessos de radioatividade e toxinas no local da aplicação através de suas propriedades coloidais. A lama argilosa revitaliza tecidos enfermos, descongestiona e normaliza a circulação sanguínea e repõe a energia eletromagnética das células.

por Ir. Solange Moreira

Fonte: https://www.editoramundoemissao.com.br/

Maior proporção de mães solo do mundo está na América Latina

Brocreative | Shutterstock

Por Francisco Vêneto

Os efeitos sociais e econômicos deste quadro são impactantes para a região.

Cerca de 11% dos lares da América Latina e do Caribe são monoparentais – e a mãe é, quase sempre, a responsável por esses lares.

A estimativa é da ONU e está acima da média global, que fica em torno de 8%. De fato, a proporção de mães solo na América Latina é a maior do planeta, superando inclusive a da África Subsaariana, onde as famílias monoparentais são 10% do total.

Os números da ONU também estimam que quase um terço das mulheres latino-americanas tem filho antes dos 20 anos de idade.

As consequências sociais deste panorama são impactantes. Segundo Diana Rodríguez Franco, secretária de assuntos da mulher na prefeitura de Bogotá, observa-se um padrão em que “uma mulher tem um filho, é abandonada pelo pai [da criança], tem outro filho com outro homem, e é abandonada novamente”.

Essas mães solo, naturalmente, enfrentam desafios particulares no tocante a trabalho e renda.

Por um lado, há um dado positivo: segundo o Banco Mundial, 78% das mães solo na América Latina e no Caribe estão no mercado de trabalho, um índice superior ao dos adultos em geral na região, que é de 73%. Por outro lado, a sua renda é muito menor que a de outros grupos de adultos, porque, muitas vezes, somente trabalhos informais lhes proporcionam flexibilidade para cuidar dos filhos pequenos.

Além disso, o grupo das mães solo também apresenta uma alta taxa de desemprego, estimada em 9,2% e superior à de todos os demais grupos analisados, inclusive o de pais solteiros e o de mulheres solteiras sem filhos.

Para a ONU, este cenário leva a uma participação menor das mulheres na força de trabalho, o que, por sua vez, deve reduzir o PIB per capita da América Latina e do Caribe em 14% no período de 2020 a 2050.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Com a mente e o coração na "Cidade Maravilhosa": Papa recorda os dez anos da JMJ do Rio

JMJ Rio de Janeiro (Vatican Media)

Em carta, Papa recorda a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro em 2013 e faz votos que se renove nos participantes daquela Jornada, e brote no coração dos jovens de hoje, o empenho missionário de uma "Igreja em saída", sempre atenta ao mandato de Jesus Cristo: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19).

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Prestes a viver as emoções da JMJ de Lisboa, o Papa voltou sua "mente e coração" à Cidade Maravilhosa, onde dez anos atrás viveu um dos eventos mais intensos do seu pontificado.

As lembranças do Papa afloraram quando o arcebispo de Rio de Janeiro, card. Orani João Tempesta, escreveu uma carta ao Pontífice recordando justamente os dez anos da Jornada, que se completam agora no próximo mês de julho.

Francisco retribuiu com outra carta, em que assegura que continua "indelével" em sua memória a recordação daquele encontro em terras cariocas, durante sua primeira Viagem Apostólica fora da Itália, como Bispo de Roma e Sucessor do Apóstolo Pedro, "com a missão de confirmar os irmãos na fé".

As palavras contidas na carta de Dom Orani, afirma o Papa, "transportaram-me o coração e a mente até aqueles dias vividos no meio da juventude do Brasil e do Mundo reunida na 'Cidade Maravilhosa'".

JMJ Rio de Janeiro - Papa Francisco (Vatican Media)

Por ocasião do décimo aniversário do evento, o Pontífice faz votos que se renove nos participantes daquela Jornada, e brote no coração dos jovens de hoje, o empenho missionário de uma "Igreja em saída", sempre atenta ao mandato de Jesus Cristo: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19).

O Papa conclui confiando tais votos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida e de São Sebastião, enviando ao seu anfitrião no Rio a sua saudação, acompanhada da bênção de Deus, que estende de bom grado ao clero e a todos os fiéis da dileta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta conversou com a Rádio Vaticano - Vatican News.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“A fé exige o realismo do acontecimento” (4/6)

Joseph Ratzinger (30Giorni)

Arquivo 30Dias - 06/2003

“A fé exige o realismo do acontecimento”

“A opinião de que a fé, enquanto tal, não conhece absolutamente nada dos fatos históricos e deve deixar tudo isso aos historiadores, é gnosticismo: esta opinião desencarna a fé e a reduz a pura idéia. Para a fé que se baseia na Bíblia é, ao contrário, exigência constitutiva precisamente o realismo do acontecimento. Um Deus que não pode intervir na história nem mostrar-se nela não é o Deus da Bíblia”. O discurso do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por ocasião do centenário da constituição da Pontifícia Comissão Bíblica.

de Joseph Ratzinger

Por conseguinte, o sonho tornou-se realidade? Os segundos cinqüenta anos da Comissão Bíblica cancelaram e puseram de parte como ilegítimo o que os primeiros cinqüenta tinham produzido? À primeira pergunta responderia que o sonho foi traduzido em realidade e que simultaneamente foi também corrigido. A mera objetividade do método histórico não existe. É simplesmente impossível excluir totalmente a filosofia, ou seja, a pré-compreensão hermenêutica. Isto já se evidencia, quando Maier ainda era vivo, por exemplo, no “Comentário a João” de Bultmann, onde a filosofia heideggeriana não servia apenas para fazer presente aquilo que historicamente estava longe e agia, ou seja, como meio de transporte que transfere o passado para o nosso hoje, mas também como desembarcadouro que leva o leitor para dentro do texto. Mas esta tentativa falhou, e tornou-se evidente que o puro método histórico – como de resto também no caso da literatura profana – não existe. É sem dúvida compreensível que os teólogos católicos, na época em que as decisões da Comissão Bíblica de então lhes impediam uma mera aplicação do método histórico-crítico, olhassem com inveja para os teólogos evangélicos, os quais, entretanto, com a seriedade da sua investigação, estavam em condições de apresentar resultados e aquisições novas sobre como esta literatura, que nós chamamos Bíblia, tenha nascido e crescido ao longo do caminho do povo de Deus. Mas com isto não era considerado suficientemente o fato de que na teologia protestante se tinha o problema oposto. É o que se vê de maneira clara, por exemplo, na conferência realizada em 1936 pelo grande aluno de Bultmann, que mais tarde se converteu ao catolicismo, Heinrich Schlier, sobre a responsabilidade eclesial do estudante de teologia. Naqueles tempos, a cristandade evangélica na Alemanha estava comprometida numa batalha pela sobrevivência: o confronto entre os chamados Cristãos alemães (Deutsche Christen) que, submetendo o cristianismo à ideologia do nacional-socialismo, o falsificaram nas suas raízes e a Igreja confessante (Bekennende Kirche). Neste contexto Schlier dirigiu aos estudantes de Teologia estas palavras: “...Refleti um momento sobre o que é melhor: que a Igreja, de maneira legítima e depois de uma reflexão atenta, prive do ensino um teólogo por uma doutrina heterodoxa, ou que o indivíduo, de modo gratuito acuse um ou outro professor de heterodoxia e alerte contra ele? Não se deve pensar que o julgar acabe quando se deixa que cada qual julgue ad libitum. Aqui a visão liberal é coerente quando afirma que não pode existir decisão alguma sobre a verdade de um ensinamento, e que por isso cada ensinamento tem algo de verdadeiro e, portanto, na Igreja devem ser admitidos todos os ensinamentos.

Mas nós não partilhamos esta visão. De fato, ela nega que Deus tenha tomado verdadeiramente uma decisão entre nós...”. Quem se recorda que então grande parte das Faculdades protestantes de teologia estava quase exclusivamente nas mãos dos Cristãos alemães e que Schlier, devido a afirmações como a que acabamos de citar, teve que deixar o ensino acadêmico, pode dar-se conta de outro aspecto deste problema.

O discurso do cardeal Ratzinger
foi pronunciado em língua italiana
no Augustinianum em 29 de abril de 2003.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF